PARKOUR
Franciele Couto Sandes
O Parkour é uma manifestação da cultura corporal que teve origem na
França nos anos de 1980. Baseando-se no método natural, desenvolveu-se a partir
de habilidades desenvolvidas através das atividades rotineiras. O método foi
dividido em dez habilidades: andar, correr, saltar, escalar, equilibrar-se,
arremessar, levantar, lutar, nadar e quadrupedia. Foi David Belle que fez
adaptações de algumas técnicas e passou a se dedicar e treinar os movimentos,
ele já havia praticado ginástica e atletismo, o que o ajudou na execução dos
movimentos, e não podemos deixar de citar que seus parentes também tinham
relação com o esporte. Sua principal brincadeira quando criança foi um dos
fatores primordiais para a criação do Parkour.
Minha
história começa em Lisses, França, onde, quando crianças, eu e meus amigos
simplesmente começamos a seguir nosso desejo natural de correr pular e brincar;
encontramos maneiras diferentes de nos locomover pela nossa cidade natal, ao
invés de andar nas calçadas como todos faziam. Nós pulávamos em paredes,
grades, pequenos postes... Mas, enquanto a maioria das pessoas abandona estas
brincadeiras quando chega a idade adulta, nós continuamos. (FOUCAN, 2008,
p.05).
A cidade onde o Belle morava, Lisses (França), era um subúrbio onde havia muita
violência. A enorme diferença ente as classes sociais fomentava a gritante
violência, presente principalmente nos bairros mais pobres. Isso contribuía
para que as crianças se movimentassem com velocidade para protegerem-se da
violência existente no local.
Segundo David Belle, “o espírito no Parkour é
guiado em artes a superar todos os obstáculos em seu próprio caminho como se
estivesse em uma emergência”.
O Parkour tem como objetivo superar os
próprios medos dos praticantes, enfrentar os desafios que surgirem no dia a
dia, ultrapassar os muros, os medos, a insegurança, utilizando
para isso movimentos naturais do corpo humano, como correr, saltar e escalar,
em associação com técnicas específicas que melhoram o desempenho do praticante
perante o ambiente, visando pouco gasto de energia e ganho de
tempo. Trata-se de uma prática que explora todo o potencial de quem pratica. Há
necessidade de desenvolver o corpo que é usado como única ferramenta para a
atividade do Parkour.
De acordo com Bianche apud Cássaro (2008), quem pratica o
Parkour ganha o nome de traceur para o sexo masculino, e a traceuse para o sexo
feminino. Este nome é derivado de tracer, que significa ir rápido. É essencial
para um bom desempenho das atividades terem cautela nos movimentos, é preciso
observar três restrições: analisar a capacidade de realizar o movimento, se
realmente está preparado; o nível de complexidade que o movimento exige; e
analisar o ambiente em que será executado, se é um ambiente rotineiro ou se é
um local novo, esses aspectos podem influenciar na segurança e no movimento que
será executado.
O Parkour chega ao Brasil por volta de 2004 através da internet,
jovens de São Paulo e Brasília começaram a estudar sobre a modalidade,
assistiram vídeos na internet criados por Devid Belle e começaram a imitá-lo.
Com o conhecimento da modalidade, comunidades foram sendo criadas com o intuito
de passar o conhecimento para outras pessoas que se interessassem pelo esporte
e, por ventura, quisessem participar. A modalidade enfrentou preconceito da
sociedade, os praticantes eram confundidos como vândalos, pois sua prática
ocorria em locais singulares e não convencionais. Atualmente, graças
principalmente à mídia, o Parkour vem conquistando seu espaço, por ser um
esporte novo, que atrai o público jovem. O esporte já vem marcando presença em
filmes, em teatro, vídeos na internet e programas televisivos.
O curioso é
que as exibições espetaculares do Parkour são um dos principais elementos na
popularização dessa prática, inclusive no que diz respeito aos seus ideais de
elevação espiritual e filosofia de vida. Incríveis demonstrações de David Belle
em vídeos na internet ou em produções ou em produções do cinema, como o que ele
protagoniza um filme publicitário de canal BBC ou no filme B13 13º Distrito (em
que ele interpreta o personagem Leito), são uma das reconhecidas fontes de
disseminação do Parkour. Depois disso, até James Bond, o imortal agente secreto
britânico, deu mostras de ter se interessado pela “arte do deslocamento”, como
também é conhecido o Parkour. Em 007 e Cassino Royale, Bond valeu-se das
técnicas de parkour para perseguir um criminoso, que por acaso, ou nem tanto, é
interpretado por Sebastien Foucan. (DIAS, 2011).
Visando a disseminação que o Parkour está
tendo, podemos pensar em possibilidades de sua inserção no âmbito escolar. A
escola é um lugar que favorece novas experiências, nada melhor que um novo
esporte direcionado ao público adolescente, que pode despertar do interesse
pelas aulas de Educação Física. É importante ter paciência e fazer as coisas
com cautela para que não ocorra nenhum acidente. É preciso tomar alguns
cuidados para praticar à modalidade, tais como: usar alguns equipamentos de
proteção, capacete, joelheira, cotoveleira, é necessário que esses equipamentos
não atrapalhem o movimento das articulações. Ter ao chão tatame para diminuir o
impacto em caso de quedas e aprender técnicas de queda podem contribuir para
evitar possíveis lesões. A utilização de roupas leves e tênis são essenciais
para a proteção do praticante e para um bom desenvolvimento dos movimentos que
serão executados.
SUGESTÕES DE VÍDEOS
QUESTÕES PROBLEMATIZADORAS
· Através do que
você conheceu o Parkour?
· Quando você
pensa em Le Parkour o que vem em sua cabeça?
· Você acha
possível à prática de Parkour na sua escola? Cite as possíveis dificuldades que
serão encontradas.
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
BONETTO;
P. X. R. “Le” Parkour
no Júlio: um relato de “transformação” curricular. São Paulo,
2011. Disponível
em: <http://www.gpef.fe.usp.br/semef2012/relato_Pedro_Bonetto_Le_Parkour.pdf>
acessado em 27 de janeiro de 2014.
CÁSSARO, E. R. Atividades de aventura: aproximações preliminares na rede
municipal de ensino de Maringá; Universidade Estadual de Londrina: Londrina;
2011.
DIAS, C. História(s)
do Sport: Percurso do percurso. Disponível em:
<http://historiadoesporte.wordpress.com/2011/01/24/percursos-do-percurso/>
acessado em 27 de janeiro de 2014.
LORDÊLLO, A. F. Abordagem
histórico-crítica do Parkour, seu processo de expansão e realidade na cidade de
salvador/BA; UFBA: Salvador, 2011.
STRAMANDINOLI,
A. L. M.; REMONTE, J. G. MARCHETTI, P. H. Parkour: História e
conceitos da modalidade. Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte – v. 11, n. 2, 2012, p. 13-25.
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