Entrevistas

Entrevista realizada no dia 07 de março de 2013, pelos Bolsistas ID do subprojeto de Educação Física PIBID 2012. Que teve como objetivo conhecer a vida acadêmica e suas experiências da supervisora do CETEP/PIBID

Nome: Shirlei Messias Araújo

Formação: Engenheira Agrônoma e Licenciada em Educação Física

VIDA ACADÊMICA

1.    Entrevistador: Quando você despertou seu interesse pela educação física?

Shirlei: Eu sou Engenheira Agrônoma, e trabalho aqui no CETEP a 7 anos, e aí descobri gostar da educação e amar a educação e resolvi procurar um curso que eu pudesse culminar com o ensino técnico. E aí surgiu a oportunidade de fazer educação física pela FAM – Faculdade Montenegro de Ibicaraí, com extensão aqui pela FACE , então me inscrevi.

2.    Entrevistador: Quais as dificuldades encontradas no período da sua formação?

 Shirlei: Material didático e espaço físico. O que a gente aproveitou de espaço físico foi o bosque, nossa faculdade era ali perto, então quando a gente precisava ter uma aula com amplitude a gente ia pra lá. Porém como é um espaço público, tinha carros passando, pessoas, musicas e ai a concentração não é a mesma. Então se você vai fazer o arremesso do martelo, você não pode fazer com o oficial, tem que fazer com o de papel. A falta de um espaço coberto nos dias de chuva ou muito sol atrapalhava, ao mesmo tempo ajudava quando você tinha que fazer um circuito ao ar livre, era ideal, mas atrapalhava nos dias que o clima não era ideal.

As aulas de academia, de steep e dança a gente conseguiu com o auxilio de um amigo da gente de duas academias, eles são donos aqui da cidade, ai eles sempre emprestavam o espaço para as aulas da faculdade. E o importante que a gente que corria atrás desses espaços, pois a faculdade não proporcionava isso pra gente, era a gente no grupo que fazíamos os acordos de quais espaços iríamos utilizar e os matérias se alguém tinha que pudesse emprestar para utilizar para usar nas aulas.

3.    Entrevistador: Você acredita que no período de sua formação foi o suficiente para torná-la uma profissional docente?

 Shirlei: É complicado eu saber o período exato, por que eu já estava na educação mesmo antes de entrar na faculdade e já havia me apaixonado pela educação, então eu fiz educação física com o intuito de me especializar mais. Então isso culmina com a experiência que eu já tinha em sala de aula com o que eu tava aprendendo de educação física e das disciplinas de metodologias que eu não tive na minha formação de bacharel como engenheira agrônoma. Então a educação física veio com a parte da licenciatura e das metodologias do ensino, e isso sim associado à experiência que eu tinha em relação à sala de aula isso sim contribuiu para a minha formação.

4.    Entrevistador: O que você gostaria de ter vivenciado a mais na sua formação?

 Shirlei: Mais seminários, mais viagens, mais oportunidades para aprender com outros trabalhos. A gente não teve muitas oportunidades de ir a congressos e não conseguimos fazer isso durante a faculdade e acho isso muito valioso e de suma importância porque você acaba aprendendo com o que as outras pessoas estão fazendo, a forma como as outras pessoas pensam sobre aquele assunto, no trabalho acadêmico em si, na formulação de questionários e de projetos dentro da faculdade. Então você vivenciar isso fora da faculdade é de fundamental importância e a gente não teve.

VOCÊ E O AMBIENTE ESCOLAR

5.    Entrevistador: Você acredita que a Educação Física é valorizada na escola que você trabalha?

 Shirlei: Sim ela é valorizada, inclusive uma das vice-diretoras da escola onde eu trabalho ela também é educadora física e antes disso ela se formou comigo, a escola já valorizava a educação física.

6.    Entrevistador: Quais as dificuldades que um professor de educação física tem na escola?

Shirlei: É uma questão bem abstrata. É por que cada escola é uma escola, cada professor é um professor. Então você precisa estar conhecendo o ambiente em que você está, dai você planeja o que você vai passar para os alunos. É nesse planejamento que você vai tirar as suas dificuldades. Então o que é de espaço físico que a escola oferece? Quais materiais didáticos e que tipo de materiais esportivos você pode estar acrescentando pra suas aulas? Além dessa parte de material existe a questão da carga horária que geralmente é muito pouco pra você tá trabalhando e conseguir dar conta de tudo que você tem vontade de trabalhar. A relação com os outros funcionários que nem sempre eles enxergam a importância da educação física enquanto uma disciplina importante, e acham que as outras são importantes e que qualquer evento que ocorra pode ser tirada a aula de educação física pra aquela determinada situação. Ou até mesmo convencer os alunos da importância da disciplina. No centro em que eu trabalho só tem educação física em um ano dos 4 do ensino médio, então eles chegam e terminam o 2

º grau só com um ano de educação física e acabam achando ruim e usando a aula como diversão. Por exemplo, vamos fazer uma aula de hidroginástica, mas pra convencer que eles vão ter que ir de biquíni pra escola pra aula de hidroginástica é complicado ter que mostrar o que é importante na vida dele e que aquela vergonha, aquela situação vai ser culminada com a aula pra eles estarem relaxando durante a aula e demonstrar a eles aquilo pra depois eles começarem a participar. Então tirando a grande dificuldade de matérias que é o principal nas escolas publicas e eu inclusive não passo por isso por que a escola lá tem suporte graças Deus, tanto no espaço quanto nos materiais, mas a gente ainda sofre um pouquinho com essa discriminação da disciplina, e a rejeição um pouco dos alunos de se dedicarem às aulas.

7.    Entrevistador: Os alunos participam das suas aulas?

Shirlei: Sim, participam. No inicio eles têm um pouco de receio, se em uma semana eu der uma aula de hidroginástica e na semana seguinte eles viram que os alunos participaram, eles querem participar da aula. O problema é que a carga horária é curta, aí eu nem sempre tenho a condição de estar repetindo essas aulas e proporcionando essa chance aos alunos. Então depois que eles passam a me conhecer e percebem que uma aula dada foi uma aula dada e não tem como voltar, eles começam a não perder mais tempo com as próximas a não ser que seja uma aula de dança e eles digam que não gostam, e então não vão fazer e eu não quero fazer isso na minha vida, então esse é um caso a parte, mas geralmente quando eles vão assistindo as aulas de uma turma pra outra eles querem participar mais.

8.    Entrevistador: Quais são os fatores que levam os alunos a evadirem das aulas de Educação Física?

Shirlei: Talvez por não conhecerem o que é que vem pelas aulas e por ser uma aula diferenciada eles tem receio do novo, mas acabam se habituando.

9.    Entrevistador: Você costuma abrir discussões sobre os métodos de avaliação que serão utilizados na unidade? Se sim, usa as opiniões dos alunos?

Shirlei: Sempre, a gente conversa sobre quais os tipos de avaliação. Dou as minhas sugestões ao final de cada aula, a gente faz uma avaliação daquela aula ou avaliação escrita ou avaliação por participação, por desempenho de cada aluno, comportamento no geral, pontualidade e vestimenta, e eu estou sempre tentando conversar sobre isso e eles sempre estão dando a opinião se é melhor eles fazerem atividades ou provas escritas, ou seminários orais, e a gente sempre acaba chegando a uma denominador comum.

O PIBID E A ESCOLA

10. Entrevistador: Você acha que as intervenções de nós bolsistas do PIBID nas suas aulas contribuem ou atrapalham?

Shirlei: Contribui, nunca atrapalham de forma nenhuma. Os alunos percebem que tem alguém ali que tem um conhecimento um pouco maior que o deles que já estão na universidade e sendo observados, talvez eles tenham uma maior vontade de fazer isso futuramente.

O PIBID E VOCÊ

11. Entrevistador: Como está sendo a sua experiência como supervisora PIBID?

Shirlei: Está sendo tranqüilo, proveitoso eu estou conseguindo culminar os trabalhos propostos com minhas atividades, a relação com o pessoal também é boa, acho que pude contribuir com o que foi preciso para a conclusão das tarefas.

O CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A CIDADE

12. Entrevistador: Você acreditada que com a implementação do curso de Educação Física aqui na UFRB, a educação física vai ser mais valorizada tanto pela sociedade quanto pelos os alunos?

Shirlei: Com certeza, inclusive desde quando a nossa primeira turma foi formada aqui, por que nós somos a primeira turma de educação física formada aqui em Amargosa pela FAMAM. Desde que esse curso chegou a gente já sabia que ele seria valorizado mais um pouquinho. E logo depois de 1 ano veio a abertura da turma aqui pela UFRB e só veio a contribuir é por isso que o mercado aumentou, teve ate a abertura de novas academias para dar conta dessa demanda.