sexta-feira, 27 de junho de 2014

ESPORTES NÃO TRADICIONAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR


                                                                                    Josélia Ribeiro de Lima


A Educação Física é a disciplina presente nos currículos escolares que trata do ensino dos conteúdos construído historicamente pela humanidade no que se refere à cultura corporal (lutas, dança, jogos, esporte, brincadeiras e ginástica), porém, apesar desta área ser constituída por diversas práticas, com frequência o ensino de muitas manifestações da cultura corporal é negligenciado, havendo o predomínio do conteúdo esportes nas aulas de Educação Física.
Observa-se que o ensino do conteúdo esporte restringe-se, em muitos casos, às modalidades que têm maior veiculação na mídia como: basquete, vôlei, futebol e handebol. Além disso, outra questão que merece problematização se refere ao processo de ensino e aprendizagem destes conteúdos, às vezes de maneira não sistematizada, reproduzindo apenas o que acontece nos jogos oficiais, o que não oferece aos educandos subsídios para pensar tais modalidades para além do fazer corporal.
Essa limitação no ensino faz com que o conhecimento seja adquirido de forma fragmentada, reprodutivista e minimista, quando são levadas em consideração as dimensões do conhecimento em que poderiam ser apresentadas.
Modalidades esportivas como tênis, golfe, badminton, beisebol, etc., também fazem parte de um grade leque das produções humana no que refere ao conteúdo esporte, e que tem seu ensino negado nas aulas de Educação Física.
Outros esportes também pouco conhecidos do grande público apresenta-sem como sugestões para as aulas como os de aventura: slackline, le parkour, trilhas, escaladas, etc.,e mais tantos outros que tem grande popularidade em outras partes do mundo. O ensino destes conteúdos deve atender a uma necessidade do que se pretende que os educandos aprendam acerca dos mesmos. De acordo com Coletivo de Autores, 2009 p. 32 :

 “ [...] sua seleção deve garantir aos alunos o
 conhecimento do que de mais moderno existe no mundo
contemporâneo, mantendo-o informado dos acontecimentos
 nacionais e internacionais, bem como do avanço da ciência e da técnica. ”
                 

                 As modalidades esportivas ditas não tradicionais estão fora das aulas de Educação Física por diversos fatores, dentre eles se destacam: a falta de conhecimento dos professores sobre tais modalidades, a carência de espaço e/ou materiais adequados, a tradição de determinados conteúdos, a resistência dos alunos por certos conteúdos. Levando em consideração que a não apropriação dos conhecimentos relacionados a esses esportes limita a ação dos jovens na sociedade, os problemas enfrentados para a inclusão destes esportes devem ser superados.
                Na escola os esportes devem ser ensinados de forma sistematizada, apresentado todas as faces que eles apresentam, desde a sua origem até a forma como é praticado atualmente, passando por suas implicações na sociedade, levando assim os educandos a serem capazes de elaborar um novo conceito acerca do que está sendo ensinado.          
                Apesar da crítica feita neste texto, o intuito não é questionar a presença dos esportes nas aulas de educação física, mas sua pequena diversificação. Além disso, o modo como o esporte é ensinado deve ser observado, já que frequentemente esse ensino se dá de maneira reducionista. Por isso, os esportes menos populares apresentam-se como uma rica fonte de possibilidades de ampliação do repertório cultural dos alunos, podendo ser vivenciados nessas aulas, quebrando assim com a hegemonia que perpetua de outras modalidades esportivas.                      





REFERÊNCIAS

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. 2ed São Paulo: Cortez,2009.
BARROS, P. M.; REIS, F.P.G. Uma proposta de sistematização dos esportes não convencionais para a aulas de Educação Física das séries iniciais do ensino fundamental: o caso do tênis. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 18, Nº 186, Novembro de 2013. http://w.w. w.efdeportes.com/

                                                              

segunda-feira, 16 de junho de 2014

INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.


Mariana Barreto Oliveira.

A Educação Física tem um papel fundamental no processo de escolarização de crianças e jovens, principalmente os oriundos das camadas populares, qual seja, oportunizar o acesso aos conhecimentos sistematizados da cultura corporal, contribuindo para que esses sujeitos possam, além de usufruir de diferentes práticas corporais, agir de maneira crítica e transformadora na sociedade. Apesar da escola e, neste caso, a Educação Física se comprometerem com a aprendizagem de todos os alunos, muitos são excluídos durante o processo de ensino e aprendizagem, sobretudo os alunos com deficiência. Este fato motivou o surgimento de um campo de conhecimento, a Educação Física adaptada, que se dedica na construção de alternativas para que essa realidade seja superada, e os alunos com deficiência tenham seus direitos garantidos. 

Portanto, não estamos considerando que exista outra educação física para pessoas com deficiência, mas que as estratégias metodológicas e de organização do ensino possam ser aplicadas ao indivíduo com deficiência. (COZZANI, 2013, p.39)

A Educação Física e a Educação Física adaptada se diferenciam pelo fato desta priorizar as estratégias e as metodologias de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência, estratégias que superem práticas excludentes. A inclusão desses alunos visa garantir a apropriação do conjunto de conhecimentos propostos pela área e a construção de um ambiente que aceite as diferenças.
A inclusão e a Educação Física adaptada vêm salientar, principalmente, os desafios encontrados pelos professores de Educação Física ao trabalharem com alunos com deficiência. Para que ocorra a inclusão não basta apenas preparar o ambiente escolar, é necessário que os funcionários, os professores, enfim, todos aqueles que trabalham na escola, desconstruam visões preconceituosas sobre as pessoas com deficiência. A escola não precisa de estratégias especiais para receber esses alunos com deficiência, basta apenas não trabalhar com padrões de alunos, e reconhecer a diversidade presente no ambiente escolar.

A inclusão é vista como uma proposta pedagógica que depende dos esforços em alterar o meio para acolher o deficiente. Na integração, o preparo do aluno é feito na escola especial de modo a garantir a inserção adequada na escola regular. Sua participação nas atividades ocorria de acordo com suas possibilidades. (MAUERBERG-deCASTRO, 2005,p..410)

É importante destacar que cabe ao professor planejar suas aulas com especificidades para que o aluno aprenda e participe da atividade proposta por ele, com ou sem ajuda de adaptações. Para que ocorra uma prática com segurança, devemos ter um lugar acessível a todos, e que não ofereça risco e que contribua para o desenvolvimento e o aprendizado de cada aluno. Em alguns casos temos que estar atentos no momento da realização das atividades práticas, para prevenir acidentes ou atitudes de desrespeito entre os colegas.
A inclusão dos alunos com deficiência possibilita a valorização e aprendizagem em vários ambientes, envolve o aluno em condições de igualdade, para que aprendam que o mundo é constituído por pessoas diferentes, diferenças de muitas naturezas.
Ainda em relação ao desenvolvimento de atividades práticas, devemos garantir o acesso a todos, os materiais e equipamentos devem estar em ótimo estado, além de modificar alguns recursos que serão utilizados e transformar, se necessário, regras.
Um ensino inclusivo, além de requerer conhecimento didático-pedagógico, demanda do professor atenção ao processo de aprendizagem dos alunos, já que alguns podem precisar de mais tempo pedagógico; e criatividade, visto que a capacidade de improvisar ou alterar o ambiente pode contribuir no processo, além de explorar o potencial de cada aluno.
A inclusão de pessoas com deficiência na Educação Física escolar é uma oportunidade de interação com outros alunos, a partir daí eles vão se conscientizando que todo mundo é igual, independente se ele possui alguma deficiência ou não, merecendo respeito de todos.

Referência:


COZZANI, M. Educação Física e Inclusão: a experiência da estratégia de tutoria e o impacto na aprendizagem motora. In: Universidade e escola na construção de práticas inclusivas. Org. Suzana Couto Pimentel; Cruz das Almas/BA: UFRB, 2013.

MAUERBERG-deCASTRO, E. Atividade Física adaptada. Ribeirão Preto/SP: Tecmedd, 2005.











terça-feira, 10 de junho de 2014

Badminton nas aulas de Educação Física



Leonardo Fraga

Muitas pessoas, quando descobrem o Badminton acham que ele é um novo esporte da atualidade. Sabemos, contudo, que esta modalidade esportiva não é recente.
O Badminton nasceu na Índia. Naquele país, o esporte era intitulado como Poona. Em meados do século XIX, oficiais ingleses que estavam a serviço na Índia gostara deste esporte e o levaram para a Europa. No Velho Mundo, o “Poona” passa a ser nomeado como Badminton. Esta alteração se deu pois uma nova versão do esporte foi jogada na propriedade de Badminton, pertencente ao Duque de Beaufort's, em Gloucestershire, Inglaterra. 
No ano de 1934, a Federação Internacional de Badminton (IBF), foi fundada com nove membros: Canadá, Dinamarca, Escócia, França, Holanda, Inglaterra, Nova Zelândia e País de Gales. Contudo, foi apenas nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, que o Badminton estreou como esporte olímpico e, com isso, mais países tornaram-se membros da IFB. Já no ano de 1995, o esporte foi incluído nos XII Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata - Argentina e foi jogado novamente em 1999, nos XIII Jogos Pan-Americanos em Winnipeg - Canadá. A partir disso, a modalidade se tornou mais conhecida, mesmo permanecendo desconhecida para várias pessoas Badminton é jogado no formato individual ou em duplas. Para praticar o esporte é preciso ter em mãos uma raquete e uma peteca. A peteca oficial do Badminton é feita por 5 penas de pato e pesa equivalente a 6 gramas. O objetivo do jogo é fazer com que a peteca atinja a quadra do adversário. É uma modalidade esportiva muito semelhante ao tênis e ao vôlei, devido à utilização da rede (que é um pouco elevada com altura é de 1,55m) e às raquetes, que lembram as utilizadas no tênis, contudo um pouco menores.
No Brasil, os primeiros jogadores/as a ganharem medalhas no esporte foram os atletas Guilherme Kumasaka e Guilherme Pardo que participaram dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007. Mesmo com este feito, esta modalidade esportiva é pouco conhecida em nosso país, sendo assim também denominado um esporte não tradicional.
Nas aulas de Educação Física, o que mais vemos sendo trabalhado com os alunos são exatamente os esportes tradicionais, tais como o futebol, o vôlei, o basquete e o handebol, por exemplo. As vezes, os/as alunos/as se desmotivam com as aulas de Educação Física em função deste repertório esportivo restrito. Sugere-se que uma das formas de despertar o interesse e até a curiosidade dos/das alunos/as nas aulas de Educação Física, seria, sim, trabalhar com esportes não formais. Este poderia ser um modo de aprender sobre o esporte, bem como aprender sobre sua história e sobre culturas diferentes da nossa.
 O aluno gosta de desafios, quando ele é desafiado a sua autoestima cresce fazendo com que ele queira fazer o que foi colocado pra ele, quer mostrar que pode fazer aquilo. Dessa forma ele vai ver que as aulas de Educação Física não é somente vôlei, futebol, basquete e handebol. E que existem muitos conteúdos para serem passados para eles. Mas, para isso o professor tem que buscar novos conteúdos, novos materiais para trabalhar com seus alunos e fazer da aula um momento ímpar.
Pensando nisso, abaixo segue um pequeno plano de aula de como trabalhar com o Badminton nas aulas.

Como posso trabalhar o Badminton nas aulas de Educação Física?

Bom, podemos dividir em alguns momentos para poder trabalhar esse esporte na sala de aula.

Primeiro momento:
Passe para os alunos uma breve explicação de como será a aula. Quais os conteúdos que serão aplicados naquela aula. Explique como é um esporte não tradicional, perguntem para os alunos se eles conhecem o esporte, se já viram em algum lugar. Se alguém souber de algo, peça para que explique sobre o que ele sabe.

Segundo momento:
Para os alunos compreenderem melhor sobre o Badminton, exiba um vídeo sobre a explicação do esporte e busque outros materiais que possam te auxiliar na aula. Depois de explicar sobre o esporte, faça algumas perguntas para eles: identificaram o objetivo do jogo? Quais os equipamentos necessários para o jogo? Como se joga? Se for o caso, peça para que eles anotem o que foi observado para no fim da aula poder tirar as dúvidas.

Terceiro momento:
Esse é o momento em que todos esperam, que é a parte pratica. Mas, antes reúna-os para confeccionarem os materiais. Para isso é preciso ter em mãos: giz, raquetes, petecas, redes, cordas elásticas e elásticos. Caso não consiga adquirir os materiais com a escola, é possível adapta-los com materiais recicláveis. A peteca inclusive, pode ser feita com jornais (fazendo um bola com jornais, mas não deixando ficar muito grande ou pesada, visto que a peteca do badminton é leve e depois envolva ela com mais uma ou duas folhas de jornais, e amarrando com um barbante deixando uma parte acima livre, como se fosse as penas) ou com tampa de garrafa pet envolvida com jornal. As raquetes podem ser feitas com pedaços de papelões. Logo após, determine um tempo para que eles possam experimentar. Mostre como os jogadores pegam na raquete, como eles rebatem a peteca, coloque alguns desafios para que eles possam aprendem de outras formas, como rebater a peteca parado, em movimento, rebater mais alto. Assim, estará estimulando os sentidos motores dos alunos e fazendo com que eles superem os limites impostos.

Quarto momento:
Esse momento do jogo. Peça para que os alunos construam o campo de jogo, utilizando giz, redes e cordas elásticas. Depois forme a turma em duplas, quartetos e sextetos. Utilize as regras do jogo e se for o caso pode até adaptar as regras dependendo de cada grupo, as vezes não é necessário utilizar todas as regras oficiais do esporte.
 Durante as partidas, continue explicando para os alunos como rebater a peteca, como se deslocar no campo de jogo. Dessa forma o jogo ficará mais dinâmico e eles irão estar aprendendo ainda mais.

Avaliação:
Reúna os alunos e crie uma roda de conversas. Procure saber deles qual foi a impressão que tiveram sobre o Badminton, antes e depois da prática, o que eles aprenderam, as dificuldades que encontraram, se foi fácil jogar. Assim, você saberá se a aula valeu a pena para os alunos.
Creio que dessa forma você mudará um pouco mais a concepção que os alunos tem diante da Educação Física apenas com os esporte tradicionais. A Educação Física é muito rica de conteúdo, mais uma vez reforçando, basta os professores irem atrás e buscar sempre o melhor para os seus alunos.

Referências