segunda-feira, 16 de junho de 2014

INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.


Mariana Barreto Oliveira.

A Educação Física tem um papel fundamental no processo de escolarização de crianças e jovens, principalmente os oriundos das camadas populares, qual seja, oportunizar o acesso aos conhecimentos sistematizados da cultura corporal, contribuindo para que esses sujeitos possam, além de usufruir de diferentes práticas corporais, agir de maneira crítica e transformadora na sociedade. Apesar da escola e, neste caso, a Educação Física se comprometerem com a aprendizagem de todos os alunos, muitos são excluídos durante o processo de ensino e aprendizagem, sobretudo os alunos com deficiência. Este fato motivou o surgimento de um campo de conhecimento, a Educação Física adaptada, que se dedica na construção de alternativas para que essa realidade seja superada, e os alunos com deficiência tenham seus direitos garantidos. 

Portanto, não estamos considerando que exista outra educação física para pessoas com deficiência, mas que as estratégias metodológicas e de organização do ensino possam ser aplicadas ao indivíduo com deficiência. (COZZANI, 2013, p.39)

A Educação Física e a Educação Física adaptada se diferenciam pelo fato desta priorizar as estratégias e as metodologias de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência, estratégias que superem práticas excludentes. A inclusão desses alunos visa garantir a apropriação do conjunto de conhecimentos propostos pela área e a construção de um ambiente que aceite as diferenças.
A inclusão e a Educação Física adaptada vêm salientar, principalmente, os desafios encontrados pelos professores de Educação Física ao trabalharem com alunos com deficiência. Para que ocorra a inclusão não basta apenas preparar o ambiente escolar, é necessário que os funcionários, os professores, enfim, todos aqueles que trabalham na escola, desconstruam visões preconceituosas sobre as pessoas com deficiência. A escola não precisa de estratégias especiais para receber esses alunos com deficiência, basta apenas não trabalhar com padrões de alunos, e reconhecer a diversidade presente no ambiente escolar.

A inclusão é vista como uma proposta pedagógica que depende dos esforços em alterar o meio para acolher o deficiente. Na integração, o preparo do aluno é feito na escola especial de modo a garantir a inserção adequada na escola regular. Sua participação nas atividades ocorria de acordo com suas possibilidades. (MAUERBERG-deCASTRO, 2005,p..410)

É importante destacar que cabe ao professor planejar suas aulas com especificidades para que o aluno aprenda e participe da atividade proposta por ele, com ou sem ajuda de adaptações. Para que ocorra uma prática com segurança, devemos ter um lugar acessível a todos, e que não ofereça risco e que contribua para o desenvolvimento e o aprendizado de cada aluno. Em alguns casos temos que estar atentos no momento da realização das atividades práticas, para prevenir acidentes ou atitudes de desrespeito entre os colegas.
A inclusão dos alunos com deficiência possibilita a valorização e aprendizagem em vários ambientes, envolve o aluno em condições de igualdade, para que aprendam que o mundo é constituído por pessoas diferentes, diferenças de muitas naturezas.
Ainda em relação ao desenvolvimento de atividades práticas, devemos garantir o acesso a todos, os materiais e equipamentos devem estar em ótimo estado, além de modificar alguns recursos que serão utilizados e transformar, se necessário, regras.
Um ensino inclusivo, além de requerer conhecimento didático-pedagógico, demanda do professor atenção ao processo de aprendizagem dos alunos, já que alguns podem precisar de mais tempo pedagógico; e criatividade, visto que a capacidade de improvisar ou alterar o ambiente pode contribuir no processo, além de explorar o potencial de cada aluno.
A inclusão de pessoas com deficiência na Educação Física escolar é uma oportunidade de interação com outros alunos, a partir daí eles vão se conscientizando que todo mundo é igual, independente se ele possui alguma deficiência ou não, merecendo respeito de todos.

Referência:


COZZANI, M. Educação Física e Inclusão: a experiência da estratégia de tutoria e o impacto na aprendizagem motora. In: Universidade e escola na construção de práticas inclusivas. Org. Suzana Couto Pimentel; Cruz das Almas/BA: UFRB, 2013.

MAUERBERG-deCASTRO, E. Atividade Física adaptada. Ribeirão Preto/SP: Tecmedd, 2005.











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