Leonardo
Fraga
Muitas pessoas, quando
descobrem o Badminton acham que ele é um novo esporte da atualidade. Sabemos,
contudo, que esta modalidade esportiva não é recente.
O Badminton nasceu na
Índia. Naquele país, o esporte era intitulado como Poona. Em meados do século
XIX, oficiais ingleses que estavam a serviço na Índia gostara deste esporte e o
levaram para a Europa. No Velho Mundo, o “Poona” passa a ser nomeado como
Badminton. Esta alteração se deu pois uma nova versão do esporte foi jogada na
propriedade de Badminton, pertencente ao Duque de Beaufort's, em Gloucestershire, Inglaterra.
No ano de 1934, a Federação Internacional de Badminton (IBF),
foi fundada com nove membros: Canadá, Dinamarca, Escócia, França, Holanda,
Inglaterra, Nova Zelândia e País de Gales. Contudo, foi apenas nas Olimpíadas
de Barcelona, em 1992, que o Badminton estreou como esporte olímpico e, com
isso, mais países tornaram-se membros da IFB. Já no ano de 1995, o esporte foi
incluído nos XII Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata -
Argentina e foi jogado novamente em 1999, nos XIII Jogos Pan-Americanos em
Winnipeg - Canadá. A partir disso, a modalidade se tornou mais conhecida, mesmo
permanecendo desconhecida para várias pessoas Badminton é jogado no formato
individual ou em duplas. Para praticar o esporte é preciso ter em mãos uma
raquete e uma peteca. A peteca oficial do Badminton é feita por 5 penas de pato
e pesa equivalente a 6 gramas. O objetivo do jogo é fazer com que a peteca
atinja a quadra do adversário. É uma modalidade esportiva muito semelhante ao
tênis e ao vôlei, devido à utilização da rede (que é um pouco elevada com
altura é de 1,55m) e às raquetes, que lembram as utilizadas no tênis, contudo
um pouco menores.
No Brasil, os primeiros jogadores/as a ganharem
medalhas no esporte foram os atletas Guilherme
Kumasaka e Guilherme Pardo que participaram dos Jogos Pan-Americanos do Rio de
Janeiro em 2007. Mesmo com este feito, esta modalidade esportiva é pouco
conhecida em nosso país, sendo assim também denominado um esporte não
tradicional.
Nas
aulas de Educação Física, o que mais vemos sendo trabalhado com os alunos são
exatamente os esportes tradicionais, tais como o futebol, o vôlei, o basquete e
o handebol, por exemplo. As vezes, os/as alunos/as se desmotivam com as aulas
de Educação Física em função deste repertório esportivo restrito. Sugere-se que
uma das formas de despertar o interesse e até a curiosidade dos/das alunos/as
nas aulas de Educação Física, seria, sim, trabalhar com esportes não formais.
Este poderia ser um modo de aprender sobre o esporte, bem como aprender sobre
sua história e sobre culturas diferentes da nossa.
O aluno gosta de desafios, quando ele é
desafiado a sua autoestima cresce fazendo com que ele queira fazer o que foi
colocado pra ele, quer mostrar que pode fazer aquilo. Dessa forma ele vai ver
que as aulas de Educação Física não é somente vôlei, futebol, basquete e
handebol. E que existem muitos conteúdos para serem passados para eles. Mas,
para isso o professor tem que buscar novos conteúdos, novos materiais para
trabalhar com seus alunos e fazer da aula um momento ímpar.
Pensando
nisso, abaixo segue um pequeno plano de aula de como trabalhar com o Badminton
nas aulas.
Como
posso trabalhar o Badminton nas aulas de Educação Física?
Bom, podemos dividir em alguns momentos para poder
trabalhar esse esporte na sala de aula.
Primeiro momento:
Passe para os alunos uma breve explicação de como será
a aula. Quais os conteúdos que serão aplicados naquela aula. Explique como é um
esporte não tradicional, perguntem para os alunos se eles conhecem o esporte,
se já viram em algum lugar. Se alguém souber de algo, peça para que explique
sobre o que ele sabe.
Segundo momento:
Para os alunos compreenderem melhor sobre o Badminton,
exiba um vídeo sobre a explicação do esporte e busque outros materiais que
possam te auxiliar na aula. Depois de explicar sobre o esporte, faça algumas
perguntas para eles: identificaram o objetivo do jogo? Quais os equipamentos
necessários para o jogo? Como se joga? Se for o caso, peça para que eles anotem
o que foi observado para no fim da aula poder tirar as dúvidas.
Terceiro momento:
Esse é o momento em que todos esperam, que é a parte
pratica. Mas, antes reúna-os para confeccionarem os materiais. Para isso é
preciso ter em mãos: giz, raquetes, petecas, redes, cordas elásticas e
elásticos. Caso não consiga adquirir os materiais com a escola, é possível adapta-los
com materiais recicláveis. A peteca inclusive, pode ser feita com jornais (fazendo
um bola com jornais, mas não deixando ficar muito grande ou pesada, visto que a
peteca do badminton é leve e depois envolva ela com mais uma ou duas folhas de jornais,
e amarrando com um barbante deixando uma parte acima livre, como se fosse as
penas) ou com tampa de garrafa pet envolvida com jornal. As raquetes podem ser
feitas com pedaços de papelões. Logo após, determine um tempo para que eles
possam experimentar. Mostre como os jogadores pegam na raquete, como eles
rebatem a peteca, coloque alguns desafios para que eles possam aprendem de
outras formas, como rebater a peteca parado, em movimento, rebater mais alto.
Assim, estará estimulando os sentidos motores dos alunos e fazendo com que eles
superem os limites impostos.
Quarto momento:
Esse momento do jogo. Peça para que os alunos construam
o campo de jogo, utilizando giz, redes e cordas elásticas. Depois forme a turma
em duplas, quartetos e sextetos. Utilize as regras do jogo e se for o caso pode
até adaptar as regras dependendo de cada grupo, as vezes não é necessário
utilizar todas as regras oficiais do esporte.
Durante as
partidas, continue explicando para os alunos como rebater a peteca, como se
deslocar no campo de jogo. Dessa forma o jogo ficará mais dinâmico e eles irão
estar aprendendo ainda mais.
Avaliação:
Reúna os alunos e crie uma roda de conversas. Procure
saber deles qual foi a impressão que tiveram sobre o Badminton, antes e depois
da prática, o que eles aprenderam, as dificuldades que encontraram, se foi
fácil jogar. Assim, você saberá se a aula valeu a pena para os alunos.
Creio que dessa forma você mudará um pouco mais a
concepção que os alunos tem diante da Educação Física apenas com os esporte
tradicionais. A Educação Física é muito rica de conteúdo, mais uma vez
reforçando, basta os professores irem atrás e buscar sempre o melhor para os
seus alunos.
Referências
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