A IMPORTÂNCIA DA DANÇA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
Catiana Nery Leal[1]
A Dança, enquanto
conteúdo da disciplina Educação Física escolar, vem sendo um dos conteúdos menos
trabalhados nas aulas deste componente curricular (RECHIA, S, DRA. et al.
2012). Sua presença, quase sempre, se restringe a apresentações em comemorações
festivas durante o ano letivo, principalmente, nas festas juninas e as de
finais de ano.
Esta situação deixa dúvidas
de que este conteúdo não se posicione de modo pedagógico na escola, ou seja,
conteúdos a serem ensinados no contexto escolar. A dança é uma manifestação que
ocupa um espaço significativo em nossa cultura, se constitui de diferentes
formas, em diferentes épocas e com significados diversos. Essa constatação
indica sua relevância social e sua importância enquanto conteúdo escolar.
Mesmo com todas as
problemáticas envolvendo este conteúdo da cultura corporal, a dança é um
elemento importante na construção das manifestações corporais, na cultura, nas
representações sociais, na arte, nas representações humanas. Por isso, deve ser
tratada na escola, em todas as suas dimensões e possibilidades,
preferencialmente, de modo contextualizado, aproximando-se da realidade social
do aluno. Assim, explorando os amplos conhecimentos representados na cultura da
dança, a Educação Física escolar estimularia a reflexão crítica dos alunos e
possibilitaria o acesso a este importante conteúdo.
Nessa perspectiva, a
dança é um elemento fundamental na composição do planejamento escolar, na
construção cidadã dos alunos, na construção e ampliação de saberes e no
desenvolvimento corporal. Segundo Pereira (2001):
[…] a dança é um
conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, podem-se levar os
alunos a conhecerem a si próprio e/com os outros, a explorarem o mundo da
emoção e da imaginação, a criarem, a explorarem vários sentidos, movimentos
livres. Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/para o
aluno com sua corporeidade por meio dessas
atividades” (PEREIRA, R.2001, p.61).
Assim como Pereira
(2001), compreendo e reitero o papel formativo das práticas corporais da dança
escolar, pois os alunos também se expressão através da linguagem corporal. É
por meio do corpo, dançando, que os sentimentos se integram aos processos mentais,
facilitando a compreensão do mundo de forma artística e estética.
A dança é uma das
expressões mais significativas que integra o campo de possibilidades
artísticas, contribuindo para a ampliação da aprendizagem e a formação humana. É
preciso compreender que a dança é tão importante quanto qualquer outro conteúdo
ensinado nas aulas de Educação Física, por isso, sua presença resignificada no
currículo desta disciplina é urgente. Cabe resaltar que a intencionalidade
pedagógica não deve ter como finalidade a formação de um “bailarino” na escola,
precisa apenas libertar os movimentos e trabalhar as expressões do corpo por
meios dos ritmos, sons e conhecimentos construídos culturalmente pela arte da
dança, inserindo, progressivamente, conhecimentos relacionados às técnicas dos
diferentes estilos.
O trabalho pedagógico com
a dança deve valorizar os seus limites e possibilidades sem o compromisso em
acertar ou errar, pois o objetivo é levar os alunos a descobrirem habilidades
que desconhecem, vivências rítmicas, os contextos histórico-culturais, a
reeducação postural, entre outras.
Ao
pensar nesse conteúdo no contexto escolar, devemos ter como prioridade
compreender a importância de uma prática que respeite o corpo e a liberdade de
expressão dos alunos. Por isso, na escola não se deve procurar a perfeição ou a
execução/reprodução de movimentos. O objetivo é promover os conhecimentos que a
atividade criativa da dança estimula ao aluno, ou seja, ensinar e aprender a
dança envolve criações, expressões, o conhecimento do próprio corpo.
Esta tarefa demanda dos
professores de Educação Física muita reflexão, estudo e pesquisa, pois os
alunos não podem ser prejudicados aprendendo apenas aquilo que os professores têm
mais afinidades, resumindo o currículo escolar em um único estilo que se repete
todos os anos. O desafio é proporcionar o máximo de vivências corporais
possíveis, transformando as aulas em um verdadeiro laboratório de criatividade.
Referências
PEREIRA, S. R. C. et al., Dança
na escola: desenvolvendo a emoção e o pensamento. Revista Kinesis, Santa Maria, n. 25, p.60- 61, 2001.
MARQUES, I.A. Dançando na
escola. Sao Paulo: cortez, 2005.
[1]Discente do curso de Licenciatura
em Educação Física, pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/Centro de
Formação de Professores (UFRB/CFP) e Bolsista do subprojeto de Educação Física
do Programa de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID).