Produções


 


Cultura Corporal em Debate
Essa resenha foi elaborada com base na leitura do artigo de David Romão Teixeira, José Arlen Beltrão de Matos e Priscila Gomes Dornelles, “Desafios da Educação Física Escolar no Vale do Jiquiriçá – BA: Primeiras Aproximações”.

Neste artigo os autores tendo como base informações colhidas através de uma pesquisa vinculadas ao GEPEFE/CFP/UFRB – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Formação de Professores e Educação Física, tratam das implicações da formação profissional e das condições de ensino no Vale do Jiquiriçá-Ba.
 Esta pesquisa contou com a elaboração de um questionário de caráter qualitativo que foi respondido por vinte e oito docentes (19 mulheres e 9 homens) que atuavam, em 2010, na área da educação Física em escolas públicas na região. O instrumento foi preenchido durante o I Seminário Fundamentos para Construção de um Referencial Curricular Básico para a Educação Física na Rede Pública Estadual da Bahia (Direc-29) e I Seminário de Educação Física Escolar do Vale do Jiquiriçá-BA. Todos os professores foram informados dos objetivos e da confidencia dos dados.
É afirmado no texto que a formação do professor é um dos requisitos fundamentais para a qualidade e a legitimação da Educação Física. No entanto, foi constatado que dentre os 28 docentes, apenas 2 professoras são licenciadas em Educação Física, 15 são graduados em outras áreas, 7 estavam se graduando e 4 concluíram apenas o ensino médio. Ou seja, no Vale do Jiquiriça ocorre um descaso total com essa disciplina.
São descritos como fatores importantes que contribuem para o fracasso nas aulas de Educação Física: a má gestão do governo na região em relação à formação dos/das docentes e às condições do ensino escolar.
Problemas como ausência de atividades formativas sistematizadas ofertadas a este coletivo voltadas para as discussões específicas do trato da cultura corporal na escola, posições políticas que favoreçam e ampliem a inclusão de um número maior de vagas para atuação na referida área nos concursos realizados na região remete a afirmação de que as secretarias públicas e estaduais não estão preocupadas com o atual quadro da Educação Física.
Além disso, uma situação que provavelmente deve dificultar a ação pedagógica e as iniciativas formativas de alguns/mas professores/as (22) é a atuação em mais de uma disciplina do currículo escolar.
 Uma alternativa para ajudar na capacitação dos professores de Educação Física é a formação continuada, mas isso é negligenciado pela rede pública de ensino, pois é previsto no estatuto e plano de carreira do magistério público da Educação Básica do Estado da Bahia que a responsabilidade pela formação continuada é do docente. Essa informação remete a necessidade de um espaço para formação complementar e continuada aos docentes.
Com esse espaço, os professores serão levados a transformar sua experiência pedagógica em conhecimento sistematizado de maneira reflexiva, promovendo um movimento de valorização dos saberes próprios juntamente com o coletivo do contexto vivido por cada um/a.
Ainda, os professores responderam que se sentem insatisfeitos no exercício da carreira docente enquanto professor de Educação Física, pois a maioria dos docentes assume o referido componente como forma de completar a extensa carga horária, que da maioria é de 40 horas semanais. Sem contar com o baixo salário e o ambiente de trabalho precarizado.
É apontado pelos docentes o desejo de valorização profissional e da Educação Física seguidas pela aspiração de qualificação profissional.
Na década de 80 avançaram as produções cientificas sobre a Educação Física, mas foi constatado que os professores não seguem uma vertente teórica específica e a questão da inovação didático-metodológica está diretamente associada ao macrossistema e não só à sala de aula, nesse sentido, os/as professores/as sentem dificuldades em inovar e pedagogizar o universo de suas práticas.
Quando o assunto é sobre o objetivo da Educação Física, os professores em geral responderam que é trabalhar principalmente o corpo, a mente, a integração e coletividade dos alunos, ou trabalhar o corpo e mente para melhor desempenhar outras funções, e ainda alguns afirmaram que o objetivo é voltado para a recreação, devido a questão de que a comunidade escolar não vê a disciplina como componente curricular.
Com essa desvalorização da Educação Física e com as aulas pautadas no esporte de rendimento, a falta de planejamento, de espaço e materiais, os alunos passam a não ter interesse em participar das aulas.
As principais dificuldades elencadas pelos docentes foram: falta de espaço, seguido da resistência dos/as alunos/as a alguns conteúdos, falta de materiais, e ainda a formação dos/as professores.
Neste texto, fica claro que a carência de professores licenciados na área da Educação Física e a desvalorização dos profissionais são problemas agravantes na região. Fatores que dificultam o trato e a socialização dos conteúdos próprios da disciplina.
Através das informações encontradas no artigo, posso concluir que a docência na área da Educação Física é uma tarefa muito árdua, ela encontra diversos fatores como a desvalorização do professor e da disciplina como componente curricular, que contribuem para má qualidade no ensino da disciplina.
Os cursos de formação continuada muito citado ao longo do artigo é uma ferramenta valiosíssima para tentar reparar essa má qualidade da disciplina dentro da sala de aula. Pois, a Educação Física tem o papel de integrar o aluno na cultura corporal de movimento, oportunizando cada um de desenvolverem suas potencialidades e justamente esses cursos de formação vão fornecer conhecimentos para que os professores atuantes na área cresçam e tenham subsídios para repensarem as aulas, trazendo atividades que favoreçam a formação crítica do aluno, fazendo com que essa disciplina tenha tanta relevância na vida do aluno quanto às demais.

Resenha produzida pela discente Fernanda Almeida Ferreira, bolsista de Iniciação à Docência.

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CULTURA CORPORAL EM DEBATE

Essa resenha foi realizada a partir da leitura e reflexão do artigo “Desafios da Educação Física Escolar no Vale do Jiquiriçá – BA: Primeiras Aproximações”, tendo como autores David Romão Teixeira, José Arlen Beltrão de Matos e Priscila Gomes Dornelles.


Introdução

Segundo os autores, esse artigo, intitulado “Desafios da Educação Física Escolar no Vale do Jiquiriçá/BA: Primeiras Aproximações”, objetiva apresentar e discutir as implicações da formação profissional e das condições do ensino no Vale do Jiquiriçá/BA na construção de uma educação pública e de qualidade na área da Educação Física.
As informações utilizadas como base deste artigo são oriundas de pesquisas vinculadas aoGEPEFE/CFP/UFRB – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Formação de Professores e Educação Física: i) “Condições objetivas do desenvolvimento da Educação Física nas escolas públicas da cidade de Amargosa - BA”; ii) “Ginástica alegria na escola: realidade e possibilidades da ginástica escolar na cidade de Amargosa - BA”; iii) “Gênero e sexualidade na Educação Física escolar: notas sobre o Vale do Jiquiriçá/BA”. Foi elaborado um questionário e apresentado aos/às docentes que atuam na disciplina de Educação Física na região. Percebe-se no artigo a utilização de algumas referências de pesquisadores da área, frente ao tema abordado.
Através da análise do questionário, pode se constatar informações importantes referentes ao perfil profissional e as condições do ensino da Educação Física na região. A falta de investimentos e amparo dos órgãos públicos responsáveis ficou visível nos dados apresentados.

Desenvolvimento
Analisando o perfil dos professores de Educação Física, nesse primeiro momento, contatou-se a participação na pesquisa de 28 docentes (19 mulheres e 9 homens) que ministravam aulas de Educação Física nas escolas da rede pública de ensino na região do Vale do Jiquiriçá-Ba. Destes, 25 (vinte e cinco) atuavam em escolas estaduais, 2 (dois) em escolas estaduais e municipais e 1 (um) em escola municipal.
Segundo os autores, apenas duas professoras detinham licenciatura em Educação Física, quinze eram graduados em outras áreas, sete estavam em processo de graduação e quatro tinham apenas o ensino médio concluído. É preocupante pensarmos o que esperar das aulas de Educação Física frente à falta de formação desses professores, uma vez que a maioria destes não possuem formação específica na área trabalhada, podendo trazer aulas baseadas apenas no fazer, provavelmente, sem discussões de temas que envolvem o funcionamento do nosso corpo e a cultura corporal.
Segundo os autores, a formação do professor é um pressuposto importante para a qualidade da educação e, consequentemente, para o processo permanente de legitimação da Educação Física junto à comunidade escolar. Tanto a formação inicial quanto a formação continuada, agindo de maneira articulada, devem dar subsídios científicos para que o/a professor/a possa sentir-se a vontade para avaliar criticamente e recriar sua prática.
Sem ações de melhoria frente à formação dos professores, tanto na graduação quanto na formação continuada, ficará complicado pensar em mudanças e uma possível melhoria na educação. O professor não é mágico!
Vinte dois professores entrevistados atuavam em mais de uma disciplina, utilizando as aulas de Educação Física como complemento da sua carga horária. Poderíamos colocar uma interrogação após essa afirmação: Que sentido tem aos alunos e aos professores esse complemento “necessário” da carga horária? Acredito que essa parte burocrática atrapalha e desvaloriza ainda mais o componente curricular Educação Física, que muitas vezes é entendido como momento de recreação.
Alguns dos professores possuíam a carga horária alta, cerca de 40 horas semanais, além de alguns desses, cerca de dez, conciliarem a docência com atividades acadêmicas e outras laborais, impossibilitando assim que ocorresse uma adequada preparação e planejamento das aulas e conteúdos a serem trabalhados.
Segundo os autores, com relação à remuneração, de maneira geral, os/as professores/as recebem baixos salários, visto que grande parte (20) recebe entre 0 e 2 salários mínimos e nenhum professor recebe mais de 4 salários mínimos. A questão da remuneração é importante ser considerada por que ela pode ajudar a motivar os professores frente a sua atuação na escola junto ao processo de ensino aprendizado dos alunos. Isso porque, o ambiente de trabalho precarizado, a falta de formação específica, a falta de reconhecimento e a baixa remuneração forma os principais motivos apontados pelos/as professores/as por se sentirem insatisfeitos no exercício da carreira docente enquanto professor de Educação Física.
Outro ponto que deve ser destacado é que mesmo com todas essas dificuldades, os professores mostraram interesse em continuar nessa caminhada, acreditando numa possível mudança frente essa triste realidade na carreira escolar como professor.
Nesse segundo momento, os autores trazem algumas reflexões frente às aulas de Educação Física e sua organização como espaço de aprendizagens ou apenas recreação, como aponta alguns dos professores. As três últimas décadas foram marcadas por um avanço significativo da produção científica no campo da Educação Física, no entanto, as mudanças na prática pedagógica dos/as professores/as não acompanharam esta dinamicidade da produção científica.
As falas dos professores, relataram que os próprios colegas de docência das outras áreas e os alunos, não viam importância educativa e formativa da Educação Física no meio escolar. Claro, como considerar a importância de uma disciplina que muitas vezes se baseia apenas na reprodução do esporte (futebol) e ainda na sua forma mais reduzida? O que é trazido aos alunos, nessa visão, pela atual Educação Física, é um momento que pode ser realizado tranquilamente, e mais proveitoso, com mais opções de atividades, no turno sem aula, com seus amigos, nas ruas, clubes, etc.
As aulas pautadas no esporte de rendimento (centrada somente no fazer, em sua maioria) devido à falta de formação dos professores, a falta de planejamento, de espaço e materiais contribuem na inclusão excludente dos alunos.
A formação dos professores se faz importante pois possibilitará aos mesmos uma maior capacidade e facilidade de planejar as aulas e organizar, de acordo as faixas etárias, os conteúdos e temas dos mesmos a serem trabalhados.
Os autores destacam que em relação a quantidade de materiais disponíveis para as aulas de Educação Física, a metade dos/as professores/as disse ter materiais em quantidade suficiente para as aulas, e sua maioria avalia que esse material se encontra em razoável ou boa qualidade.

Considerações Finais
A carência de professores com licenciatura na área é um dos graves problemas evidenciados, o que está articulado diretamente com a ausência de cursos públicos de formação de professores de Educação Física no interior do Estado da Bahia.
Por fim, os autores consideram imprescindível para a melhoria de Educação Pública na região, e em específico para a Educação Física, que o trabalho docente seja valorizado, e hoje isso passa pela aplicação da Lei do Piso Nacional da Educação Básica e por melhores condições de trabalho, pois dessa forma teremos as condições básicas para um ensino de qualidade.
Nesse sentido, concluo que essas informações encontradas durante a leitura do artigo e através da conclusão dos autores, possibilitam a nós alunos de graduação em Educação Física ou professores já formados na área refletir e visualizar esses como desafios a serem encarados na nossa caminhada diária frente ao ato da docência e a necessidade de novas estratégias para superar as dificuldades que desvalorizam e desmotivam a nossa ação frente ao trabalho pedagógico com a Educação Física nas escolas.



Resenha produzida pelo bolsista de Iniciação à Docência: Maílson Kleber Silva dos Santos.

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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Centro de Formação de Professores
Hallana Ferreira Gibaut
PIBID - 2012
Resenha
Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas
Jackson Ronie Sá-Silva, Cristóvão Domingos de Almeida, Joel Felipe Guindani.

Os autores iniciam o artigo, explicando que o direcionamento do tipo de pesquisa que será empreendido dependerá de fatores como a natureza do objeto, o problema de pesquisa e a corrente de pensamento que guia o pesquisador. Isso porque, o pesquisador encontra hoje vários tipos de instrumentos metodológicos que necessita para cada atividade desenvolvida.
Assim, neste estudo, o objetivo foi tratar um destes instrumentos metodológico – a pesquisa documental. O presente artigo se divide em analisar o conceito de pesquisa documental, similaridades e diferenças entre esta pesquisa e a pesquisa bibliográfica, e em seguida, uma discussão sobre documento.
No artigo, os autores argumentam que a pesquisa documental se faz necessária para estudantes, professores e pesquisadores porque possibilita ampliar o entendimento de objetos cuja compreensão necessita de contextualização histórica e sociocultural. Por exemplo, na reconstrução de uma história vivida.
Segundo CERLLARD 2008, fonte utilizada no artigo, à análise documental favorece a observação do processo de maturação ou de evolução de indivíduos, grupos, conceitos, conhecimentos, comportamentos, mentalidades, práticas, entre outros.
Na primeira etapa da discussão, os autores tratam de alguns instrumentos metodológicos de pesquisa que estão ligados ao documento de investigação cientifica: pesquisa, método, técnica e análise.Então teríamos as seguintes denominações: pesquisa documental, método documental, técnica documental e análise documental.  Vejamos como alguns autores se expressam:
§    “A análise documental busca identificar informações factuais nos documentos a partir de questões e hipóteses de interesse” (CAULLEY apud LÜDKE e ANDRE, 1986:38).
§    “A técnica documental vale-se de documentos originais, que ainda não receberam tratamento analítico por nenhum autor. [...] é uma das técnicas decisivas para a pesquisa em ciências sociais e humanas” (HELDER, 2006:1-2).
§    Com o intuito de contribuir para a utilização da análise documental em pesquisa esse texto apresenta o processo de uma investigação. [...] São descritos os instrumentos e meios de realização da análise de conteúdo, apontando o percurso em que as decisões foram sendo tomadas quanto às técnicas de manuseio de documentos: desde a organização e classificação do material até a elaboração das categorias de análise. (PIMENTEL 2001: 179).
§    Portanto, a pesquisa documental é um procedimento que se utiliza de métodos e técnicas para a apreensão, compreensão e análise de documentos dos mais variados tipos.
Em relação à pesquisa documental e pesquisa bibliográfica, o documento é o objeto de investigação. OLIVEIRA (2007) fundamenta o artigo quando distingui essas modalidades, para essa autora a pesquisa bibliográfica é uma modalidade de estudo e análise de documentos de domínio científico tais como livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos científicos. Como característica diferente ela pontua que é um tipo de “estudo direto em fontes científicas, sem precisar recorrer diretamente aos fatos/fenômenos da realidade empírica” (p. 69). Argumenta que a principal finalidade da pesquisa bibliográfica é proporcionar aos pesquisadores e pesquisadoras o contato direto com obras, artigos ou documentos que tratem do tema em estudo: “o mais importante para quem faz opção pela pesquisa bibliográfica é ter a certeza de que as fontes a serem pesquisadas já são reconhecidamente do domínio científico” (p. 69). Ela se posiciona sobre a pesquisa documental: “a documental caracteriza-se pela busca de informações em documentos que não receberam nenhum tratamento científico, como relatórios, reportagens de jornais, revistas, cartas, filmes, gravações, fotografias, entre outras matérias de divulgação” (p. 69). Ou seja, a pesquisa documental apropria-se de fontes que ainda não receberão tratamento analítico – fonte primária (dados originais). E a pesquisa bibliográfica se apropria de fontes de diferentes autores – fontes secundárias (informações que já foram trabalhadas por outros autores e que já são de domínio científico).
Em outra parte do artigo, os autores apresentam algumas definições de documento. Uma vez que o artigo apresenta esse tema no âmbito acadêmico, saber seu significado e sua presença em nosso dia-a-dia é necessário. Então dentre outras definições, o que chama a atenção é a de Appolinário (2009: 67), amplia a definição de documento: “Qualquer suporte que contenha informação registrada, formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ou prova. Incluem-se nesse universo os impressos, os manuscritos, os registros audiovisuais e sonoros, as imagens, entre outros”. E, de acordo com o conceito técnico da Associação de Arquivistas Brasileiros, o documento defini-se como qualquer informação fixada em um suporte (AAB, 1990).
Em relação ao contexto, os autores ressaltam que: “É primordial em todas as etapas de uma análise documental que se avalie o contexto histórico no qual foi produzido o documento, o universo sócio-político do autor e daqueles a quem foi destinado, seja qual tenha sido a época em que o texto foi escrito”.
É importante frisar que em todas as etapas de construção e/ou análise de um trabalho documental é importante dar autenticidade a publicação, mesmo que falando por um grupo social deve ser preciso e enfático e assegurar a qualidade da informação transmitida. Quando tratamos de uma análise documental, a proposto produzir ou reelaborar novas formas de conceituar e/ou compreender os fenômenos. Segundo o autor, feito a seleção e análise preliminar dos documentos, o pesquisador procederá à análise dos dados: “é o momento de reunir todas as partes – elementos da problemática ou do quadro teórico, contexto, autores, interesses, confiabilidade, natureza do texto, conceitos chave” (CELLARD, 2008: 303). O pesquisador poderá, assim, fornecer uma interpretação coerente, tendo em conta à temática ou o questionamento inicial. 
No presente artigo, podemos perceber a importância de elaborar trabalhos de pesquisas documentadas – fontes escritas de forma correta. Ou seja, compreender passo a passo destes trabalhos que por muitas vezes não se é percebido ou se dar pouco valor a esse tipo de instrumento metodológico. Em suas características, a fonte em que se constrói uma pesquisa documental, é primária. Ou seja, o primeiro olhar para uma obra (fonte) é você quem faz pontuando suas primeiras impressões. Os autores neste artigo apresentam informações importantes para a compreensão desse método didático para que seu uso não seja confundido e sim difundido entres as pesquisas.  




Dificuldades na implementação de propostas pedagógicas
dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio.
                                                         Franciele Sandes[1]
 Hallana Gibaut[2]
     A Proposta de reformulação curricular contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foi elaborada no ano de 2000, com objetivo de orientar os docentes na busca por novas abordagens e metodologias.
Em relação ao Ensino Médio, os PCN propõe a “revolução do conhecimento” pautada em vertentes econômica, tecnológica e cultural. Porém, após 12 anos de sua construção, ainda se encontra dificuldades na implementação destas propostas.
Podemos citar como dificuldades o acesso aos PCN; o documento por vezes não é acessível a todos os docentes e/ou instituição de ensino, também não à preocupação em apresentar este documento aos docentes, e nem verificar se os docentes já leram e/ou tem conhecimento. A leitura deste livro também apresenta problemas de compreensão e objetividade, assim como, em apontamentos de deveres diretivos aos docentes quando o “coletivo da educação” deveria ser responsabilizado.  
A reformulação de ensino-aprendizado pode oferecer aos alunos e ao professor uma nova concepção e apreensão de conhecimento. Segundo os PCN (2000), propõe-se, no nível de ensino médio, a formação geral, em oposição à específica; o desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações, analisa-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização.
Temos como eixos da proposta a contextualização e a interdisciplinaridade, no entanto, o documento não oferece subsídios suficientes para a materialização desta proposição, sobretudo, quanto ao tratamento interdisciplinar, deixando dúvidas referentes ao modo como um professor de uma área especifica lecionaria com outras áreas. O problema está na formação de conteúdos em comum e na crença de “obrigatoriedade forçada” de que todas as disciplinas devam participar. A conceituação de interdisciplinaridade deve estar presente nos conhecimentos do professor para melhor proveito com os alunos.
O artigo 35 inciso I a IV, lei nº 9.394/96 trata da objetividade do ensino médio, que teria como medida forma e preparar o ser humano para o exercício da cidadania e do trabalho, só que para tanto deve-se mudar os próprios alicerces da forma de se educar, começando principalmente pela estrutura, e com ações voltados à família do educando, para garantir não só sua permanência na escola, mas a inclusão e parceria família-escola. Ou seja, para o desenvolvimento e logro das propostas, a comunidade escolar, professores, família e alunos devem caminhar pelo mesmo caminho, como objetivos comuns que justifiquem a melhoria da educação.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam questões consistentes e bem fundamentadas para aplicação escolar. Mas, novamente, insistimos que esta mudança deve ocorrer com a participação, nos momentos decisórios, do coletivo, começando pela base que precariamente atua na escola.
Cursos de formação continuada, reformulação de especialização superior, reformas na estrutura física escolar, e o tempo de conclusão do ensino médio são fatores que elencamos para serem observados, ampliados e construídos para conquistas e obtenção de resultados na melhoria da educação pública.
Por fim, neste apanhado de questões e sugestões, invocamos a participação ativa do Estado para que estas propostas sejam validadas na escola e sempre atualizadas. É previsto em lei, que todo brasileiro e brasileira tem direito à educação de qualidade. Assim, a responsabilidade é do Estado! Que isso aconteça! 

Referências Bibliográficas
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E
TECNOLÓGICA. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 2000.



[1] Graduanda do 1º semestre em Licenciatura em Educação Física, Bolsista PIBID 2012.
[2] Graduanda do 5º semestre em Licenciatura em Educação Física, Bolsista PIBID 2012.



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Princípios Presentes nos PCN do Ensino Médio.
Fernanda Almeida Ferreira1
Juliana Brito dos Santos1

Com o surgimento e inovação da tecnologia da informação, a sociedade e os profissionais da educação tendem a se adaptarem com essa novidade, sendo obrigados a se reposicionarem no meio em que atuam, criando novos métodos de aprendizagem.
Caso não alcancemos esse desenvolvimento, ficaremos desnorteados no mundo moderno. Pensando em educar os jovens para que eles sejam críticos, criativos e capazes de tomar decisões, visando que há um descompasso entre o que se ensina e o que se aprende, a Comissão Internacional de Educação da UNESCO recomenda que se deve desenvolver competências para que o aluno possa continuar aprendendo ao longo da vida, tornando-o um individuo participante, ativo e flexível diante das mudanças sociais, culturais e científicas.
Para que isso ocorra, a Comissão sugere quatro princípios norteadores das políticas educacionais do mundo todo:
·         Aprender a conhecer;
·         Aprender a fazer;
·         Aprender a ser;
·         Aprender a conviver.
Aprender a conhecer garante o aprender a aprender, e constitui o passaporte para a educação permanente, na medida em que fornece as bases para continuar aprendendo ao longo da vida. Aprender a fazer significa instrumentalizar o aluno despertando a curiosidade, fazer com que ele se interesse em buscar novos conhecimentos, desenvolvendo a criatividade, afetividade e reconhecimento da diversidade.
Aprender a viver remete ao entendimento de que os alunos precisam ser estimulados a conviver socialmente, e a escola precisa combater todas as formas de preconceitos e discriminação.
Aprender a ser remete a informação de que o aluno precisa ter autonomia, reconhecer sua própria identidade e a do outro, conviver com as diferentes linguagens, ter responsabilidade e solidariedade.
No entanto, no texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Educação Física no Ensino Médio, sugere conteúdos das áreas biológicas e o PCN do Ensino Fundamental sugere conteúdos relacionados a cultura corporal. Neste sentido o PCN Ensino Médio aponta que as aulas do Ensino Médio devem ser um aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental.
Desta forma a critica que segue é, como aprofundar algo que não foi trabalhado? Embora o PCN aponte princípios para nortear as aulas do ensino médio, ao mesmo tempo se aproxima e se distancia do real objetivo, ele não mostra como esses princípios devem ser colocados na prática, deixando algo muito vago em relação a esses apontamentos. Tais princípios devem agir de forma articulada para que os alunos consigam assimilar todas as informações trazidas pelos educadores assim como no meio onde estão inseridos culturalmente. É importante frisar que esses princípios não visam à formação de um aluno especialista em determinada área, mas que ele conclua o Ensino Médio com as competências necessárias para se inserir na sociedade como sujeitos críticos, participativos e atuantes.

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1Graduandas  do 5º semestre do Curso de Licenciatura em Educação Física, Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência ( PIBID).

  

Referências Bibliográficas
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA.
 Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 2000.


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Bolsista ID: Kaio Barreto de Oliveira; Maílson Kleber Silva dos Santos
Professor orientador: José Arlen Beltrão de Matos

Relação entre a proposição dos PCNs e o ambiente escolar

PCNs: Mais uma proposta
O ensino médio com o passar dos anos vem se transformando e se configurando de acordo com o surgimento de características importantes na sociedade.
A mudança do ensino médio está ligada intimamente com expansão crescente da rede pública e com a estruturação e organização da sociedade atual frente, principalmente, aos aspectos econômicos e avanços tecnológicos.
Os PCN tratando do Ensino Médio (EM) busca, entre outros objetivos, formar o aluno para viver em sociedade e principalmente, preparar o mesmo para o mercado de trabalho, deixando, no nosso ver, em segundo plano a discussão da parte cultural do indivíduo histórico.
Entende-se o ensino médio como etapa final onde o aluno estará “pronto” para viver em sociedade e entrar no mercado de trabalho. Será possível essa afirmação?
De início, podemos perceber, ao analisar o que propõe de um modo geral os PCN,  que para que se possa pensar em mudanças no ensino médio ou em qualquer fase do ensino da educação é necessário a busca pelo rompimento dos modelos tradicionais, considerando o contexto cultural onde os alunos se encontram. O rompimento desses paradigmas se dará através de novas metodologias e ações que avancem com a prática da aprendizagem e avaliação em detrimento da memorização das informações realizada pelos alunos, em busca de adquirir uma nota “aprovação”.
Através da entrada do EM na Educação Básica, o mesmo passa a ser direito de todos, com responsabilidade do governo federal para o cumprimento dessa medida. No entanto, para que o EM passe a se tornar direito de todos de fato é necessário que haja planejamento que considere a criação de ações que possibilite não só a entrada do aluno na escola, mas também a sua permanência. Uma vez que a maior procura de vagas se dá no período noturno, ou seja, cidadãos trabalhadores em sua maioria. Para que esse processo não se torne para estes apenas um cumprimento de etapas, onde não há produção de conhecimento importante para sua vida, é necessário que haja mudanças nesse sentido.
Os PCN trazem como eixos estruturais da educação apontadas pela UNESCO: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. Na verdade, se pensarmos nessas dimensões de um modo geral, a intenção da introdução destes conceitos é o no intuito de promover uma adaptação dos alunos à organização social e do trabalho. Mas se o objetivo desses eixos é o de promover uma certa autonomia dos alunos, é necessário que haja uma mudança frente as formas que se dão a realização das aulas na Educação Básica, como por exemplo, em relação ao ensino da Educação Física, que seja trabalhada numa visão mais participativa e significativa para o público-alvo envolvido, que vá muito mais além do que o fazer de jogos esportivos.
Conforme o Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, da UNESCO, “entre outros caminhos e para além deles, como uma via que conduz a um desenvolvimento mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as apressões e as guerras”. (PCNs Ensino Médio, 2000)

E a realidade na escola?
A escola de hoje enfrenta vários problemas que comprometem de um modo geral o processo de ensino e aprendizagem, como a falta de formação de professores, falta de espaços e materiais adequados, descaso com valorização do professor, número grande de turmas para um único professor (consequentemente, menor tempo para elaboração e planejamento das aulas), entre outros.
O que se propõe nos PCNs para esse ensino nos mostra muitas idealizações, uma vez que da forma da qual se encontra a escola hoje, as proposições trazidas por essa proposta, ficaram sem possibilidade de acontecerem em sua totalidade.
É importante, quando se pensa em uma mudança no contexto escolar, que o aluno seja considerado como um ser pensante e não como um robô a ser programado. Além da tão “importância” de se passar 11 anos, no mínimo, na escola, é necessário considerarmos que os alunos necessitam de condições básicas que os permitam fazer parte desse tão falado processo ensino aprendizagem.  É importante destacarmos que é necessário que haja um maior investimento público direcionado a essa demanda. Além disso, percebe-se que a proposta dos PCN traz a discussão de conteúdos que dependendo o local trabalhado, não terão significado para os alunos do mesmo. A preocupação dessa proposta deveria está centrada em um ensino de início e fim, que venha a contribuir para a prática social do aluno e compreendendo o mesmo como um ser histórico.

Considerações Finais
Após a análise dos PCN ensino médio podemos concluir que as intenções e buscas contidas nessa proposta buscam superar práticas mecanizadas, no entanto não atendem as reais necessidades dos filhos dos trabalhadores brasileiros. Percebe-se uma falha frente ao processo de elaboração e conclusão da mesma, uma vez que se analisarmos as diferenças culturais, sociais e econômicas de cada estado, perceberemos a não abrangência de várias instâncias contidas nessa proposta.
Destacamos que a complexidade de leitura do texto dificulta o entendimento e desenvolvimento da proposta. Além disso, percebe-se que mesmo passados 12 anos, estes pressupostos ainda se encontram apenas no papel.
É importante considerar que muito mais do que propostas de melhoria na educação, é necessário que o Estado exerça suas funções no cumprimento das mesmas, considerando a realidade escolar desde às suas elaborações.

Referência Bibliográfica

BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
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