quarta-feira, 13 de março de 2013


Anabolizantes: “Drogas da imagem corporal”

Fernanda Almeida Ferreira¹

A insatisfação com seu próprio corpo leva o indivíduo a utilizar de diversos meios para atingir um padrão de corpo perfeito criado pela sociedade e para isso discorrem ao uso de produtos que comumente são denominados “drogas da imagem corporal”, entre as quais se incluem os esteroides anabólicos androgênicos ou anabolizantes.
O que é?
Os esteroides anabolizantes são drogas sintéticas utilizadas para substituírem o hormônio masculino testosterona fabricado pelos testículos. Levam ao crescimento da musculatura (efeito anabólico) e ao desenvolvimento das características sexuais masculinas (efeito androgênico).
Como agem no organismo?
Eles podem provocar dois tipos de efeitos, o androgênico que leva ao desenvolvimento das características sexuais masculinas, tais como barba, pêlos, voz grossa, e o anabólico que leva ao crescimento da musculatura.
Geralmente esse tipo de substancia é indicada para vários usos clínicos, nos quais sua função principal é a reposição da testosterona nos casos em que, por algum motivo de doença, tenha ocorrido um déficit.

Consequências

O uso abusivo deste produto pode ocasionar a variação de humor, incluindo irritabilidade e nervosismo, pode chegar à agressividade e à raiva incontroláveis. Os usuários podem experimentar ainda, um ciúme doentio, ilusões, podendo apresentar distorção de juízo em relação a sentimentos de invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos. 
Podem desenvolver também distorção de julgamento do próprio corpo (dismorfia corporal), tendo a falsa sensação de que estão com a musculatura pouco desenvolvida.
Alguns dos usuários tornam-se clinicamente deprimidos quando param de tomar a droga, até porque perdem a massa muscular que adquiriram; um sintoma que pode contribuir para a dependência.
Em homens e adolescentes podem provocar:
·         Redução da produção de esperma, impotência, dificuldade ou dor em urinar, calvície e crescimento irreversível das mamas (ginecomastia).
 Em Mulheres e adolescentes:
·         Aparecimento de sinais masculinos como engrossamento da voz, crescimento excessivo de pêlos no corpo, perda de cabelo, diminuição dos seios, pêlos faciais (barba).
Ambos os sexos:
·          Em pré-adolescentes e adolescentes: finaliza, prematuramente, o crescimento deixando-os com estatura baixa para o resto de suas vidas.
·          Aparecimento de tumores (câncer) no fígado, perturbação da coagulação do sangue, alteração no colesterol, hipertensão, ataque cardíaco, acne, oleosidade do cabelo e aumento de agressividade que pode manifestar-se em brigas.

Curiosidades

O primeiro uso não médico dos esteroides anabolizantes foi feito por soldados alemães na II Guerra Mundial, com o intuito de aumentar a agressividade. Os anos 50 marcaram o início do uso entre atletas competitivos, mas só nos anos 70, houve um aumento progressivo do uso dessas substâncias entre atletas competitivos e o início do uso entre atletas recreativos, inclusive entre as mulheres.
Em 1975 os anabolizantes foram inclusos na lista de drogas consideradas "doping" pelo Comitê Olímpico Internacional. O ano de 1988 foi um marco histórico dessa questão, quando o velocista canadense Ben Johnson perdeu sua medalha Olímpica em Seul - capital da Coréia do Sul, devido ao uso de esteróides.



REFERÊNCIAS

IRIART, Jorge Alberto Bernstein; CHAVES, José Carlos e ORLEANS, Roberto Ghignone de. Culto ao Corpo e o uso de anabolizantes entre praticantes de musculação . Cad. Saúde Pública [online]. 2009, vol.25, n.4, pp 773-782. ISSN 0102-311X.

Esteróides Anabolizantes. Disponível em:
<http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11331&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS%2FTipos+de+drogas/Ester%C3%B3ides+Anabolizantes> Acesso em 11/03/13.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Educação física na escola e da escola


[1]Franciele Couto Sandes
Educação física na escola e da escola
A educação física escolar tem que ser trabalhada visando à participação de todos os discentes, para que não aconteça a exclusão de nenhum aluno. É fundamental saber como planejar suas aulas, identificar possibilidades de uma aula diversificada, atrativa e participativa.
A área de educação física é bem ampla, tem vários assuntos que podem ser trabalhados, existindo sempre aqueles conteúdos que são preferidos pelos alunos e também pelos professores; o jogar bola por exemplo. Nota-se nas escolas que atividades com bola em geral, e principalmente aquelas práticas que são vistas com mais frequência na mídia, tem a preferencia e o conhecimento dos alunos e dos professores. No entanto é preciso ter uma visão critica ao trabalhar com tais práticas esportivas, pois é necessário que envolva a participação de todos nas atividades propostas, e que seja uma prática com princípios educativos, para não se deixar influenciar pelos esportes de auto-rendimento, e não tornar as aulas de educação física muito limitadas.
O esporte da escola tem que ser resignificado. Uma das formas de se resignificar o esporte é fazendo adaptações de materiais e de espaços para sua execução. É preciso deixar bem claro que o papel do docente é formar cidadãos críticos e não atletas.
A escola deve ser um lugar de troca de experiências e isso inclui também experiências esportivas. Nesse sentido, deve-se criar espaços para diálogos sobre as experiências dos alunos, ao mesmo tempo propor desafios que levem a apropriação de fazeres corporais. Assim, a escola seria um espaço de vivências significativas, distanciando-se do auto-rendimento e do ensino centrado na técnica ou padrões de movimento, abrindo espaço para a construção de uma Educação Física da escola.





[1] Aluna do 2º semestre de Educação Física, da UFRB.

segunda-feira, 4 de março de 2013


Do profissional para o amador no Futebol
                                                                                                                      

         Apesar da relação capital-trabalho ter se naturalizado em quase todas as esferas da vida social que pressupõe algum tipo de trabalho, deve se lembrar que essas transformações no futebol e no campo dos esportes em geral procuram inúmeros conflitos e transtornos ao longo do tempo. O profissionalismo chega na sociedade produzindo valores políticos e econômicos que modificaram a organização do esporte.
A proposta deste texto é trazer a discussão de um dos dilemas vividos por alguns atletas profissionais de futebol nessa última década: o direito de reversão à condição de amador, como um mecanismo para manter-se usufruindo dos benefícios financeiros que o status amador poderá proporcionar, bem como manter o sonho de se profissionalizar novamente em outro momento. 
Em uma edição do Jornal Folha de São Paulo do ano de 1997, trazia a possibilidade de o jogador profissional voltar a ser amador em busca de melhores salários. Como assim? Segundo a reportagem, a cada ano no Brasil, milhares de jogadores abandonam a profissão, onde cerca de mil deles oficializam a decisão pedindo a CBF um registro de jogador amador, o que é chamado de reversão. Mas porque isso estaria acontecendo? No esporte de alto rendimento não é o espaço onde o investimento se encontra em maior número? Também não podemos esquecer a dificuldade de ser um jogador renomado.
Uma das justificativas para essa mudança seria que as ligas regionais estariam apresentando melhores condições de trabalho, possibilitando ao jogador, após ser liberado pela CBF, representar uma empresa nessas competições, da qual poderá oferecer um emprego estável.
As indústrias paulistas, que os contratavam estavam preocupadas com a disputa dos Jogos Operários, “no qual o título rende prestígio para o dirigente da empresa que o conquista.” (FOLHA DE SÃO PAULO, 23-02-1997, p.3). Vejamos que essa situação também era comum nos anos 20. Os sócios endinheirados dos principais clubes empregavam em seus estabelecimentos comerciais os jogadores que faziam parte da equipe de futebol do seu clube (CUNHA s/d: 83). Todavia, naquele momento, o emprego dos jogadores era uma forma de burlar as leis que proibiam que desocupados e desempregados pudessem participar das competições oficiais (PEREIRA, 2000).
Para outros atletas, esse “rebaixamento” possibilitaria mostrar seu futebol de forma mais real, não ficando apenas no time de treino ou com baixa remuneração do salário. Isso nos leva a pensar que o Futebol não é essa maravilha, esse sonho que todos os garotos ou garotas imaginam, e que nos é mostrado pela mídia. São poucos, bem pouquíssimos que conseguem ser reconhecidos nesse mundo futebolístico do rendimento profissional.
Alguns atletas que solicitam a reversão buscam alcançar suas metas em países que têm pouca tradição no futebol, sendo uma nova possibilidade de mostrar seu futebol, se tornar um ser importante na área que atua.
Podemos concluir que o mercado do futebol não se limita as principais ligas e existem outras formas de exercício da profissão que a estrutura, além do mecanismo da reversão demonstrar adaptação diante das relações de trabalho ampliadas pelo mercado do futebol de empresa. 

Maílson Kleber Silva dos Santos; Aluno do 6º semestre em Educação Física/UFRB/CFP

Referência Bibliográfica

SALLES, J. G. C. SOARES, A. J. G. BARTHOLO, T. L. FUTEBOL – “EU NÃO QUERO MAIS SER PROFISSIONAL. QUERO RETORNAR A MINHA CONDIÇÃO DE AMADOR!” QUE HISTÓRIA É ESSA? Foz do Iguaçu. Congresso da FIEP; vol 76 – Série 1. 249-253p, 2006.